ABOUT ME

I'm Carolina Braga Ferreira, a Brazilian modernist poet, digital/visual artist and photographer specializing in Abstract Atmospheric Long-Exposure Photography. I've been active in the international art market for seven years and venturing into the NFT scene since December 2021.

Art fully saves me. There is absolutely nothing else I could do but that. I breathe it and live for it; it is my obsession. Art is in my skin, heart, and brain. I am the result of it.

I've been a photographer and modernist poet for 12 years, and an artist for 11 years now. My work is directly influenced by my feelings, thoughts, convictions, ideologies and intense mental/physical pain.

Waking up every day means knowing that there is a possibility that I might feel happy or sad, but always sure that art will still be there for me. I've been living my days in isolation, voluntarily reflecting on life and pursuing structured purposes. I don't believe in many things, but do believe that we should be grateful for the food we have to eat and for the existence of art itself.

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SOBRE MIM

Sou Carolina Braga Ferreira, uma poeta modernista brasileira, artista digital/visual e fotógrafa especializada em Fotografia Abstrata Atmosférica de Longa-Exposição. Estou ativa no mercado de arte internacional há sete anos e me aventurando na cena de NFT desde dezembro de 2021.

A arte me salva completamente. Não há absolutamente nada mais que eu possa fazer além disso. Respiro e vivo por ela; é minha obsessão. A arte está na minha pele, coração e cérebro. Sou o resultado dela.

Sou fotógrafa e poeta modernista há 12 anos e artista há 11 anos. Meu trabalho é diretamente influenciado pelos meus sentimentos, pensamentos, convicções, ideologias e dor mental/física intensa.

Acordar todos os dias significa saber que há a possibilidade de eu me sentir feliz ou triste, mas sempre certa de que a arte ainda estará lá para mim. Tenho vivido meus dias em isolamento, refletindo voluntariamente sobre a vida e buscando propósitos estruturados. Não acredito em muitas coisas, mas acredito que devemos ser gratos pela comida que temos para comer e pela existência da arte em si.

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IG: @orbitadearte

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um lugar onde eu possa dizer,
sem bordas em negrito,
sobre todas as ordens de amores
e felizmente ser, conforme a vida,
em seu poder finito de nascer do sangue
e dele também desaparecer,
arrasta o tempo que abraça e repele.

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CAMINHANDO ANTES DE CRISTO

Acima do umbigo duma mulher

um pouco mais acima de seus seios

veja bem

há uma boca-mucosa sanguínea e apocalíptica
palanque de gritos e silêncios quase fúnebres

— pode-se dizer que peito e garganta são atados à voz
ao vibrato de eco, atalho pelo qual Moiras tecem linguagem com cordas de violoncelo

Abaixo do umbigo duma mulher
percorrendo o caminho do ventre que vaza vermelho e sucumbe no papel higiênico

há outra boca assimétrica e molhada pelas lágrimas dos anjos que gozam sentidos
no Céu e na Terra

Nesta ladeira
o deslize roteiro para o massivo pecado-vida
da humanidade

a primeira fresta aberta para fazer nascimento
como as sombras de Platão

era Vida desde antes de Deus, da Morte; ali, tudo que do vermelho viera
era Vida

sombras eram resultantes dos sóis
e sóis
filhos naturalísticos das mãos que tocam — fatalidade desde os tempos de ventos
mundo

[I]

É preciso que seja compreensível
que a mulher possui infinda matéria vivente
com poderes livres
força de vestido florido
perfume masculino sobre a pele, restos em
sangria

E se uma morre nos braços do mundo
ele perde a potência fluida
ainda que lhe fora entregue o adubo-Eva
fazendo florescer campos e embeber mares

a mulher, fundida às raízes das que deram largada ao tempo
eterniza-se em qualquer beira de luz que se fora, que se é

[II]

Duas bocas sagradas
das terras e das águas
rogam pragas sobre o mundano e ordinário soco do homem
dado no miolo do acerto feminino

carregamos todos os símbolos

todos os quadros negros e brancos lavados na pele; permitimos que o Céu Ancestral caia sobre nossos corpos

que a primeira explosão do primeiro sopro de alguma outra sobre nossas carnes e ossos

[III]

Pela última fração do tempo, veja
é permitido que a Maiúscula-Alegorizante-Vida repouse em nós
durante todo o tempo condicionado ao eterno fim.

https://viciovelho.com/2020/10/10/poemas-de-carolina-braga-ferreira/

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Pequenos lembretes de amores siameses pós-cirurgia II


Costuraram-me no parto, homem


Ajude-me a limpar, com sabonete propício, esta cicatriz queloidiana de fibrose interna, a cicatriz que fizemos sem saber que seria uma cicatriz apenas em mim


Gozar dentro é a promessa dum filho que fizemos juntos quando nos amamos, mas também é o antagonismo de amar, na cama, a dois, e doer-se, depois, na maca, sozinha


  • [*]


Levaram-me numa cadeira de rodas pelo corredor da maternidade, como una madre de seios rachados pelo leite-cálice e pela saliva recém-nascida


  • [*]


Tenho meu broto chorando no colo, soy una mujer perfectamente feliz, mas onde está, agora, seu sexo sólido para amar uma mulher negra in sangre, de chagas, remendada e ressuscitada pós-parto?


*Publicado na Antologia Ruínas, Ed. Patuá

mallarmargens.com/2020/11/mallarseries-obatala-carolina-braga.html?q=carolina+braga+ferreira

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METÁSTASE

depois de me ter visto mortal
mulher com todos os traços naturalísticos do tempo
enfartada pelas histórias que não pude contar
num papel sem linhas
folha lisa, você me dissera adeus — caligrafia trêmula
configurando covardia intimidação
não pôde me ver regressar na linha da vida, não pôde
ao contrário, avessa
com queda capilar difusa
na menopausa que me esperara desde
a menarca, aos dez anos de idade
e, ainda que narrasse todos os finais felizes
sempre soubera que cortar as horas na metade seria um eufemismo monomaníaco
cortá-las, como Messias
poderia dá-lo a ilusão de que o tempo nos seria amigo, menos dinâmico
que o nosso amor não padeceria, assim como há de padecer nosso cachorro e nossa casa
e nosso corpo um-só
nossa promessa de eternidade
me ver exposta no tempo
faz lembrá-lo de que a vida é uma fila
e de que poderá ser o
próximo, como numa morte de gêmeos xifópagos
mas não junto a mim
jamais
porque eu que me morra aqui
comigo
e você aí
consigo

à covardia particular de quem não suportaria ver o tempo morrendo em meu corpo plissado
negar o ciclo diante de seus olhos consumidos pela catarata e de seu corpo de pé, esfolado
em frente ao meu
moribundo, rústico
ainda trêmulo, no papel sem linhas, me nega no crepúsculo
sabendo que não haverá vida no próximo alvor
me nega regressa, assim
porque me aceitar fatal
de forma antecipada
também é morrer.


ruidomanifesto.org/quatro-poemas-e-quatro-light-paintings-de-carolina-braga-ferreira-da-costa/

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sobre ouvir as vozes de nossas mulheres

 
*
mulheres negras não se suicidam, digo à minha prole

ainda que lavem o arroz aos prantos, não se suicidam

elas são mortas
antes que pensem no sono letífero, involuntário e induzido

pelas mãos de seus companheiros, violadas amorosamente

pelos pedestres másculos desconhecidos, expostas à estranheza

são mortas por quem ao lado delas dorme, ainda estando quentes do sono, do
tecido de cobrir corpo, do sexo animalesco e sem consenso, da cólica noturna
decorrente do sangue morno menstrual – aviso prévio, presságio


ou pelos trabalhadores evangélicos que acordam às seis da manhã e as fazem
apertar os passos na rua escura, a caminho de seus trabalhos

são arrancadas do sopro-vida sem que saibam, ou bem quando pressentem o
homicídio hediondo fadado

antes que pensem em suicídio, são dadas como mulas abatidas, enquanto lavam as
batatas para o almoço, nas casas de madames, e são apalpadas pelas mãos
inimigas dos senhores de mansão

à minha prole
explico que mamãe tem contato diretamente com Deus ou com o Diabo – um só não
bastaria na proteção

perpetuar o sangue resiliente de minhas mulheres, das filhas minhas que vieram de
meu útero
na última noite de verão

perpetuar o sangue resiliente de todas as mulheres negras

é viver
sem que ontem não se morra
sem que amanhã não se vá

viver com que se conta
hoje

à prole minha de mulheres futuras – sobre o sangue melânico de mulheres
passadas – conto-lhe que toda história só é história porque houvera fatalidade
seletiva.

*Publicado na antologia Quem dera o sangue fosse só o da menstruação (vol. II)

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[Sobre ouvir as vozes de nossas mulheres], publicado na Revista Cândido (Biblioteca Pública do Paraná)

https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Poema-Carolina-Braga-Ferreira

https://www.bpp.pr.gov.br/Candido/Pagina/Edicoes-Publicadas

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"The Fight", capa do livro Pós-pornografias, de Fabián Giménez Gatto.

oficiosterrestres.com.br/pos-pornografias-de-fabian-gimenez-gatto/p

aq.academia.edu/FabianGimenezGatto

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The catalogue accompanies the oncyber exhibition of the same name that launched in Dec 2023 as a celebration of some of the artists who have contributed to Teia.This in turn came about due to the curation process of selecting five artists for refractionDAO's Tezos x RefractionDAO exhibition for art week Miami (6-8 Dec 2023) from a shortlist of 38.All 38 artists and 11 curators are represented (minus one artist that could not be contacted) and we thank all for their generosity.

teia.art/objkt/842496


Interview (May 25th, 2024), by Raquel Gaudard, from PHYGITAL MAG

ARTIST PROFILE #5:
Carolina Braga Ferreira
“Living is like daydreaming.”

(...)

Phygital Mag: What exactly is atmospheric abstract long-exposure photography? What motivated you to follow this path?

"I am perpetually interested in experimenting with different photographic techniques and equipment to see how they can be combined to produce unique results." 

(...)

Phygital Mag: How do your feelings and personal experiences directly influence your works? 

"My mind is a limbo, and I want to escape it. "People don't like to talk about their pain, but I need to."


(...)



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Read more in paragraph.xyz.

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